Conto triste

Mairi é uma cidade engraçada, na verdade, uma cidade de gente engraçada, eu sempre me pergunto onde estava esse pessoal, antes de chegar em Mairi... Ontem, conversando com alguns amigos, sobre algumas dessas figuras, me lembrei de um caso, que observei há algum tempo...

Todos nos já fomos crianças, alguns ainda são, lógico, crianças são, naturalmente, engraçadas, eu sempre joguei futebol sozinho, lutei sozinho, apostei corrida, comigo mesmo, e coisas do gênero, é natural da criança, pelo menos, eu acho, não tenho embasamento em pediatria, pra afirmar isso, mas embasado nas minhas observações, isso me parece uma coisa natural.

Há algum tempo eu estava observando um garoto, jogando futebol, sozinho, nossa, ele corria, driblava, fazia gols, eu me diverti, vendo aquela cena, até que na saída de bola do seu "adversário" eu fiquei preocupado, a bola ficou no meio do campo imaginário, e ele não tocava mais na bola, esperou alguns segundos, até começar a xingar o "adversário", e saiu, deixando a bola pra trás, chorando, e dizendo a seguinte frase: - Me chama pra brincar, mas quando toma um gol, não brinca mais... Imaginei que ele tivesse um amigo imaginário, até ele me surpreender novamente, levantou o braço, como se colocasse o mesmo sobre o ombro de alguém e falou: - Vamo brincar de outra coisa!

Ter um amigo imaginário é engraçado, ter dois, é triste!